sexta-feira, 19 de julho de 2013

Quinta da Aveleda

De modo a compensar-vos por esta ausência prolongada, hoje quero escrever sobre a Quinta da Aveleda. É fácil associar o nome da marca aos vinhos e queijos que comercializam, mas a Quinta da Aveleda é muito mais que isso. A quinta em si conta-nos uma história mais pormenorizada, sobre o sucesso centenário da família Guedes, a quem pertence a Quinta da Aveleda desde 1870, e os costumes das várias gerações que percorreram três séculos diferentes. Hoje em dia, é possível fazer uma visita guiada aos jardins da família e ver as várias estruturas arquitectónicas que a marcaram, mantendo a sua essência até aos dias de hoje.


As dezenas de espécies que fazem parte deste jardim dão-lhe um ar indomável e muito natural, mas é fácil perceber os vários anos de planeamento e cuidados que o antecederam. As espécies misturam-se e todo este lugar é uma explosão de cores bem-vinda a quem passa os seus dias na cidade. Além da flora, vêem-se lagos, fontes e simples quedas de água por todo o lado permitindo que, numa quinta aparentemente silenciosa, se ouça a água a correr e dezenas de pássaros a chilrear na liberdade devida.

Lago com nenúfares

Duas sequóias
 A casa do guarda é a primeira das estruturas que nos leva numa verdadeira viagem no tempo. As portas estreitas, as heras que trepam pelos alicerces e todos os pequenos pormenores típicos do século passado levam a que esta casa seja um belo objeto de contemplação.

A idílica Casa do Guarda

Casa do Guarda
Segue-se a fonte das quatro irmãs. Foi construída em 1920 e nela podem-se ver os perfis das quatro filhas do proprietário da época, sendo que, cada uma personifica uma das quatro estações do ano.

Fonte das 4 irmãs

É fácil encontrar influências religiosas, desde capelas a altares e cruzes. Podemos ver a Santa Padroeira do Porto, que é a Senhora da Vandoma, que parece estranhamente colorida e nova naquele altar marcado pelo musgo e pelos anos. Em frente ao altar vê-se um jardim mais cuidado e polido do que os outros que fazem a quinta, servindo para certas cerimónias religiosas importantes como casamentos.
Senhora da Vandoma: Padroeira do Porto

Jardim em frente ao altar
 Ao longo dos tempos a família foi recebendo todo o tipo de prendas, algumas delas moram hoje no jardim contribuindo para o seu ar místico. É exemplo disso a janela manuelina do século XVI onde se acredita que D. João IV terá sido aclamado como Rei de Portugal.
Janela manuelina
Há ainda, como seria de esperar, vários animais, como patos, pavões e quatro cabras que habitam a chamada torre das cabras. São animais muito dóceis que quiseram logo conhecer os visitantes que se aproximavam, ávidos por uns mimos.


Torre das Cabras
 Rodeada por um lago, há mais uma pequena casa neste jardim. Refiro-me à casa de chá usada pelas senhoras das várias gerações da família que só é acessível através de uma ponte de madeira. Lá dentro, vêem-se várias referências navais como uma banco feito de um casco de um barco e uma mesa feita a partir de uma âncora e alguns metros de corda. Terá decerto assistido às mais variadas tagarelices e conversas bem-dispostas.
Casa do Chá
Entrar na Adega Velha foi sentir o alívio do calor forte que se fazia sentir lá fora. Ali reinam os barris onde o vinho envelhece vagarosamente, não há correntes de ar e a temperatura é baixa sob o risco de comprometer a frágil qualidade da bebida. A meio do corredor vê-se uma garrafa de vodka alta e estreita que foi oferecida à família e que ainda hoje serve de inspiração para as garrafas de aguardente da Quinta da Aveleda.
Termómetro da Adega Velha
Barris da Adega Velha


Vinhas

A quinta da Aveleda situa-se em Penafiel e vale uma visita. Podem visitar a loja, simplesmente, para comprarem vinhos, compotas, queijos, etc, etc. Ou optar pelas visitas guiadas (3,50 ou 4,50 euros) com ou sem degustação de queijos e vinhos. Essas visitas permitem não só ver tudo o que referi neste post mas como parte das linhas de produção dos afamados vinhos.
Quinta da Aveleda - site

Horários das visitas (até Outubro): De 2ª. a 6ª. Feira – 10h30, 12h00, 15h00, 16h45

Sábado e Domingo – 11h00, 15h00, 16h45


Caneca da água


Tenham um óptimo dia!

2 comentários:

Lina disse...

Olá! Não conhecia esta Quinta e nem imaginava ser aqui tão perto(sou de Santa Maria da Feira). Obrigada por partilhares, fiquei encantada e espero visitar em breve este lugar.
Beijinho

Beatriz disse...

Espero que gostes, é realmente muito bonita e não posso deixar de invejar um pouco a família por ter aquela quinta à disposição para uns belos dias de férias :)